domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ética Cósmica



Um extraterrestre desceu à Terra e queria fazer tudo o que lhe vinha à mente, quando um terráqueo o advertiu:
-- Você não pode fazer isso!
 Assustado com a recomendação, perguntou:
-- Mas por que não posso?
-- Porque é proibido.
-- Como assim? - perguntou o extraterrestre.
-- Ora, é proibido por lei! - respondeu o terráqueo que ainda não se dera conta de que estava falando com um ser extraterrestre.
-- E o que é LEI? - indagou o extraterrestre.
O terráqueo pensou: Como pode existir uma criatura tão atrasada que não sabe o que é lei?
O alienígena levou horas para entender o que era lei e qual a sua função, pois em seu planeta, havia muito tempo, não existiam mais as leis. Seu povo já compreendera que a Lei Magna é o amor a todas as pessoas e todas as coisas. Assim, todas as suas ações eram voltadas para o bem individual e coletivo. Quando uma ação trazia o benefício individual, mas, ao mesmo tempo, o prejuízo coletivo, automaticamente, não a praticavam. Entendiam perfeitamente que não existia prejuízo coletivo sem prejuízo individual.
No planeta de onde vinha aquele extraterrestre, as pessoas tinham o cérebro evoluído, tinham o poder de antever a consequência de seus atos ainda não praticados. Quando iam praticar alguma ação que geraria dor a outro ser, como, por exemplo, deflagrar uma guerra, imediatamente, sentiam em seus corações e na própria pele toda a dor das inúmeras pessoas que sofreriam o tormento da guerra. E, mesmo assim, caso praticassem algo prejudicial à coletividade, anteviam a chaga negra do arrependimento doloroso por ter prejudicado um irmão ou a natureza. Isso os repelia a praticar o mal.
Assim, naquele planeta, de onde viera o extraterrestre, a lei não tinha função alguma, era uma palavra sem sentido. A lei não era algo fora deles, estava introjetada neles. E era difícil para eles entender uma lei criada pelo homem, para proteger os fracos, oprimidos, injustiçados, quando eles viam a própria lei servindo a propósitos contrários.
Entendendo, finalmente, quão crianças ainda somos no mundo evolutivo, e nada podendo fazer, pois suas ações eram proibidas por leis terrenas, voltou ao seu planeta e contou aos seus amigos:
-- Imaginem vocês que essa noite eu visitei um planeta em que ainda havia leis, onde as pessoas ainda seguiam apenas seus interesses individuais e não conseguiam antever a consequência de seus atos!
-- E eles não eram infelizes?
-- Sim. Eles sofriam muito, principalmente, os pobres e humildes que deveriam ser protegidos pela lei que eles criaram.
-- E o que você fez para ajudá-los?
-- Se eu os ajudasse, antevi que, com minha interferência magnética, eu alteraria todo o circuito de suas mentes, percebi que eles precisavam daquele sofrimento por mais algum tempo, para que sua matéria se tornasse mais sutil e pudéssemos nos conectar a eles de uma forma saudável. Decidi, então, voltar ao meu planeta, adquirir maiores conhecimentos com outros colegas que já estiveram por lá, para posteriormente voltar, num tempo em que provavelmente não existirá mais a necessidade de LEIS, num tempo em que já esteja em vigor, entre eles, a ÉTICA CÓSMICA. Assim, poderemos nos unir, formar um novo orbe e ajudar novos irmãos estelares.

Marisa Prado Sampaio Outubro 2009

Um comentário:

  1. Sou a autora do texto acima e fico feliz com a publicação. Tornei-me seguidora desse blog, muito bom!

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